O deserto da alma

No deserto da alma se esconde um sentimento que perdura ao longo dos anos.
Nesse deserto não nascem flores,mas nascem sonhos.Há um oásis onde se colhe o amor e a esperança,que as vezes brotam regadas pelas lágrimas derramadas quando a dor transborda.
Mas mesmo assim,nada se perde no caminho.Em cada lágrima derramada uma semente é plantada.E o fruto terá o nome e o sabor do sentimento que a fez brotar.
Nem a doçura e nem a amargura prevaleceram,nem a escassez e a fartura serão garantidas.Nesse deserto o dia pode ser claro e quente e as noites frias e escuras.É tudo muito vago,porque o horizonte parece ser tão infinito quanto os pensamentos que ecoam na mente.
No deserto não há silêncio,porque mesmo na mais profunda quietude pode-se ouvir uma respiração ofegante e as batidas descompassadas de um coração.
No silêncio da alma é guardado a sete chaves os nosso maiores medos,as marcas que a vida vai deixando.
Nossa consciência plena da vida faz o deserto ir se transformando aos poucos num oásis.Esse oásis se chama amor,é nele que florescem todos os outros sentimentos e é nele que devemos plantar nossas sementes.
O deserto sempre estará presente,o oásis também.Em nossa alma carregamos as areias infinitas do tempo,um fardo necessário,o passaporte para nossa evolução moral e espiritual.
Somos grãos de areia no deserto da vida,e passamos boa parte dela desejando que o vento sopre e nos leve ilesos para o tão sonhado oásis.


Telma Lemos