Ferimos aos outros e não vemos,as vezes nos sabotamos e não percebemos.Vamos mendigando elogios e créditos diários porque somos carentes.E é uma carência que dinheiro não preenche,não paga.Porquê o direito só compra os meios e não os fins,e no fim o que vale é o que somos de verdade.Porquê um corpo pode até ter um preço,mas a alma não.A essência é apenas uma,e é incomensurável.Mas tem gente botando preço,vendendo barato aquilo que poderia ser dado com amor e de coração.
Queremos ser alguém o tempo todo,porquê no fundo muitas vezes nos sentimos vazios seja lá do que for.Há sempre algo a ser preenchido,é uma fome que não sacia nunca.É a vaidade tomando forma,cheiro e gosto.Se materializando a todo momento.
Tentando ser assim tão indispensáveis uns para os outros,acabamos denunciando a nossa própria fraqueza sempre mostrando os nossos feitos mais importantes,porquê é assim que alimentamos a nossa vaidade,porquê é assim que vamos juntando as migalhinhas daqui e dali para nos sentirmos melhor.
Ninguém escapa.É coisa que já vêm de fábrica sem direito a recall.
E assim vamos vivendo por nós,mas principalmente para os outros,para mostrar,para ser,para ouvir aplausos e curtidas.Vamos imitando uns aos outros,deixando nossa própria essência falar mais alto e nos deixamos levar numa maré que muitas vezes não leva a lugar nenhum.
Viva a carência generalizada,o sistema que nos hipnotiza e nos faz agir como ovelhinhas conformadas.Viva!Viva.... viva!
Telma Lemos