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Feito para compartilhar conhecimento,curiosidades,pensamentos,opiniões,imagens e emoções.Um pouco das coisas que eu gosto e que quero dividir com outras pessoas.Um espaço simples,mas feito de coração.



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Luna,por 13 anos uma adorável companheira.

Em 1998 recebi em minha casa uma encomenda.Essa encomenda tinha 4 patas,era cinza prateado e era um vendaval.A raça Weimaraner,o nome que escolhi,Luna.
No primeiro dia ela corria pela casa sem parar e quando ela foi "batizar" o quintal,ao invés de sair um cocô saiu um sacola de supermercado inteira.Vimos que estamos diante de um pequeno alien,uma bomba de quatro patas que nunca sabíamos o que sairia de dentro dela.
Foram chinelas comidas,pés de mesa roídos,roupas roubadas do varal de depois mastigadas.Comeu um vidro de protetor solar.E a medida que foi crescendo,ela foi adquirindo novas habilidades.Uma dela era abrir portas,ficava de pé nas patas traseiras  se apoiava na maçaneta e tchau,ela já estava dentro de casa,se fazia de boba deitava no meio da sala e só sai de lá na base do pestisco.Sim ,nós a treinamos para entrar dentro de casa,embora isso não fosse permitido.
Quantas vezes ela roubou os bifes do almoço enquanto minha mãe se distraia,já bebeu uma frigideira de óleo inteira e depois passou mal e vomitou na área inteira,e eu as 2:00 da manhã tive que lavar tudo.
Já se intoxicou com veneno,já teve várias doenças terminadas com ite,fez 2 cirurgias e eu sempre junto na verdade todos da família sempre  cuidando.Sempre que saímos por mais tempo podiamos esperar alguma "surpresa quando chegavamos em casa" portas cavadas como se ela simplesmente quisesse entrar sem abri-las,sem falar nos uivos de desespero.Ela odiava ficar sozinha,e fazia questão de deixar isso bem claro.Sem saber disso viajamos e deixamos ela 4 dias em casa.Quando voltamos os vizinhos estavam todos reclamando,porque ela não parava de uivar e chorar por 4 dias.A partir dai sempre tinha que ficar alguém em casa,ou levar a Luna para um canil.
Ela adorava correr atrás de mim,e pular em cima dos meus pés até arrancar minha chinela,ai ela saia correndo com o troféu na boca  e tentando me fazer de boba,e conseguia.Dava para ver a satisfação no seu olhar de cão danado.
Outra coisa que a Luna gostava era de caçar,principalmente os gatos desavisados que visitavam o quintal,ela deve ter matado uns 4.O primeiro ela encurralou perto do portão eu tentei salva-lo,foi o tempo  que eu sai para pegar uma vassoura e ela já tinha abocanhado o bichano,e saiu com o gato morto na boca desfilando com orgulho e mostrando o seu troféu.Outra luta foi tirar o gato da boca dela.Quando eu achei que ela ja tinha chegado ao limite,nos deparamos com uma cena mais que bizarra.Acordei de manhã e me deparei com um gato morto no quintal.As 4 patas estava comidas,só tinha o cotoco do gato.Ficamos uma semana sem encostar nela.
Raça de cão de caça é assim,não perdoa nada.Ela tentava pegar os passarinhos no ar e pegava os mosquitos com a boca.Fazia cabo de guerra com um pedaço de pano e não largava por nada.
Gostava de tomar sol de manhã,mas a noite dormia no seu colchão e quando agente a cobria e falava boa noite,ela dava um suspiro longo e profundo de satisfação,era muito engraçado.Ela fazia cara de piedade.
Sempre quando alguém estava triste ela percebia,chegava perto começava a pular cheirar,na tentativa de alegrar de alguma forma.
Luna elegeu minha mãe como dona,e a seguia por onde quer que ela fosse,se minha mãe saía ela ficava no portal esperando o tempo que fosse.Ninguém podia abraçar minha mãe na frente da Luna,pois ela pulava em cima para separar,agente ria e fazia de propósito,só pra ver a crise de ciúmes.
Viciada em comida,parecia que a fome era eterna,gostava de tudo o que não era ração,mas comia ração,contrariada.Seus pratos prediletos:Maça,mamão,banana, brócolis ,melancia e é claro comida caseira da mamãe.
Quantas vezes eu fui passear com ela,mas na verdade ela era que passeava comigo,me arrastando pela rua.Muita gente me parava e perguntava: Nossa que cão lindo!Qual a raça?Quando eu falava Weimaraner se pronuncia Waimaraner,alguns diziam, vai no que?Vai no arame?Eu ria,mas tinha orgulho de ter uma cadela linda e de uma raça pouco conhecida.
Certa vez arrumamos um namorado para ela,e na época certa meu pai levou ela para a casa do pretendente na esperança de que teríamos em breve lindos filhotinhos.Ficamos 3 meses achando que ela estava grávida,chegamos a ver a barriga dela mexendo,ela deu leite.Era gravidez psicológica,os filhotinhos eram virtuais.Até nisso ela nos pregou uma peça.Depois  nunca mais rolaram encontros amorosos.
O tempo foi passando 3,6,9,10,13 anos,nunca pensamos que ela viveria tanto.Foram tantas idas ao veterinário,remédios.Mas ela sempre foi muito amada e querida,fez agente rir,chorar,se espantar,destruiu,algumas coisas,mas tudo valeu a pena.
Demorou para perceber que o fim estava perto,ela começou a emagrecer,ficar desanimada.Mas só me dei conta de que ela estava mal foi quando coloquei uma maça no chão e ela não se levantou para pegar.Dessa vez eu chorei.Minha ficha caiu.Chamamos o veterinário e ele disse que ela estava com uma anemia profunda,o corpo não fabricava mais sangue como deveria,ela estava com catarata e não enxergava direito,o cérebro estava confuso não comandava direito o corpo(como acontece na velhice humana).Ele aplicou alguns remédios,mas disse que ela estava no limite da idade.Mesmo assim fomos cuidando,a cada dia ela ficava mais fraca,até que não conseguia levantar,ai ela latia quando queria fazer suas necessidades,eu ia levantava ela com ajuda de um pano e ia andando,cambaleando e caindo e foi indo assim.A eutanásia era um assunto polêmico,pois eu não aguentava mais vê-la sofrer,minhas irmãs eram contra.Não sabíamos o que fazer.
Ontem chequei em casa disposta a discutir a idéia ,mas teve briga.Por volta das 20:15 a Luna começou a passar mal,prefiro não falar detalhes.Ficamos todas do seu lado até o fim,sabíamos que tinha chegado a hora.As 20:40 ela parou de respirar.Foi muito triste e difícil,mas a morte é o futuro de todos nós.Mas como doí.Só quem tem ou já teve um animal é que entende a dor de perde-lo.Para mim ela era quase uma filha,e olhar nos cantinhos que ela costumava ficar e não vê-la é complicado.
Não me arrependo de nada,foi bom enquanto durou.Continuo e sempre continuarei amando os animais.A Luna me ensinou muito,ensinou a família inteira o que é amor incondicional,o que é carinho.Coisas que muita gente não entende e talvez nunca entenderá.Alguns dizem era apenas uma cadela!Eu digo,era um membro da família,um membro de quatro patas,que latia ao invés de falar,mas que fez parte da nossa vida por 13 anos.Foi uma grande perda.Mas tenho a consciência tranquila de que fizemos tudo por ela até o ultimo segundo,ela nunca ficou sozinha.Ela deu o seu melhor para seus donos e nós retribuímos.Um dia quero trabalhar resgatando animais abandonados,me dedicar a esses seres tão especiais e tão mais verdadeiros do que nós humanos.
A vida segue,vamos nos acostumando com a sua ausência.Só tenho a agradecer por esse ser tão amado e atentado ter feito parte da minha história.Obrigada minha amiga LUNA.


Telma Lemos

Um comentário:

  1. Emocionante....

    Realmente não é nada fácil perder um animal, ainda mais depois de tanto tempo de convivio. Também sofremos aqui quando perdemos a Pitota e ela morreu nos meus braços, foi quando depois de muito tempo conseguir chorar...Realmente é uma coisa TRISTE.

    Muito bom o post Telma...Me emocionei....!...............

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