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Feito para compartilhar conhecimento,curiosidades,pensamentos,opiniões,imagens e emoções.Um pouco das coisas que eu gosto e que quero dividir com outras pessoas.Um espaço simples,mas feito de coração.



sábado, 6 de outubro de 2012

Monólogo





As vezes as coisas se tornam mais urgentes quando agente se da conta de que a vida passa depressa demais para tantos sonhos. E mesmo assim ainda temos aquela tola impressão de temos todo o tempo do mundo, porque o tempo que nos resta vai um pouco mais além do que a simples noção de que teremos um fim, seja ele digno ou não, seja ele trágico, cômico, ou irônico.

Nem todos os passos nos levam para o caminho certo, na maioria das vezes nossas pernas vão tremendo pelo caminho, vão as vezes sem direção, as vezes sabendo que lá na frente vai ter uma enorme pedra para tropeçar e cair.

Agente teima com as coisas mais idiotas, com as ideias arraigadas, com  a personalidade e os conceitos adquiridos ao longo de muitos tropeços, e vamos teimando com a vida, nas idas e vindas em uma guerra entre cérebro e coração, entre emoção em razão, tentando interpretar aquilo que ainda está por vir, tentando entender a cabeça das pessoas, se nem conseguimos entender a nossa própria cabeça.
Vivemos no limite do bom senso, mesmo achando que temos tudo sobre controle. Mas nada está no controle. A vida é um roteiro inacabado, é drama para a maioria e as vezes uma tragicomédia. Mas se for pensar melhor ,a vida é um monólogo, onde o ator principal se sabota sem piedade, atua para ser aceito por outros atores de seus próprios  monólogos. Drama, comédia, risadas, desesperos, choro, abraços e beijos.
E  a plateia nem sempre aplaude, na maioria das vezes vaia, critica, joga ovo podre em forma de ofensas. Dirigir o próprio monólogo não é fácil, exige em média uns 80 anos de prática ininterruptas e frustradas. E quando a cortina se fecha na última cena, nem sempre vão se ouvir aplausos pela brilhante atuação.
E qual seria a recompensa de ser o diretor e ator da própria vida? Não são os aplausos, nem os bens acumulados, nem as lágrimas. São as histórias, as emoções vividas com intensidade, as palavras ditas, os atos de amor, os abraços e os beijos que não cabem em nenhum papel ou em nenhuma urna funerária. São os valores intangíveis das experiências vividas, das lágrimas desperdiçadas , das risadas incontidas, dos nãos, ditos e  não ditos.
Das vezes em que você falou ou fez uma besteira e magoou alguém, querendo ou não. E das outras vezes que alguém lhe disse algo que fez você querer flutuar de alegria.
São essas as dádivas de  quem está ai pelo teatro da vida. É um espetáculo solitário, onde a plateia é o resto do mundo, e você está só no palco. Agradar platéias exigentes não faz ninguém ser assim tão respeitado. Pois respeito se conquista principalmente respeitando o outro e não procurando o respeito do outro. Deu pra entender?
Quem respeita, é respeitado, é a reciprocidade das ações, atraímos o que transmitimos.
A vida é um palco de incertezas das quais ninguém pode escapar. Não é uma profecia trágica, mas é uma história comum de cada indivíduo. Onde cada cena representa um capítulo vivido, remoído, corroído e nem sempre digerido. Aonde o texto as vezes já foi decorado em prosa e verso, e outras foi simplesmente improvisado.
Na verdade quem se importa? Quando as cortinas se fecham todos os atores se tornam iguais com ou sem aplausos, glórias e riquezas. Somos tão ínfimos quanto um punhado de cinzas, no fim resta o pó. A poeira do que um dia queríamos ter sido ou do que fomos. Mas é dai? Se ainda estamos aqui, ainda é tempo de redigir novos capítulos, de colocar mais drama ou comédia nas próximas cenas.
É sempre tempo de mudar o rumo de uma história pois a jornada é individual. Mas quando a cortina se fecha a última cena é a mesma para todos. Ironia da vida? Justiça divina? Não! É  o insano e sublime privilégio de existir, de estar nesse palco louco e de enlouquecer todos juntos. É apenas um monólogo,nada mais.

Telma Lemos

Um comentário:

  1. AQUI É SÓ UMA PASSAGEM, MUITO BREVE POR SINAL NÉ MOCRÉIA...

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