As paredes do tempo

Quando tudo passa diante de nossos olhos,não nos damos conta do quanto perdemos de nossa própria existência.

Hoje me sinto presa nas paredes no tempo,entre o passado e o futuro,e onde o presente parece estar ausente,envolvido pela névoa da incerteza.

E mesmo me agarrando aos ponteiros do relógio tentando fazer o tempo parar,penso que talvez ele deveria passar tão rápido ao ponto de que eu nem perceba.

Mas um segundo é tempo suficiente para o primeiro e para o último suspiro,é tempo para um grito ou um sorriso.Em cada espaço de tempo cabe um sentimento,uma loucura,uma vida.São as horas correndo e nos levando pelo tempo,implacavelmente nos levando a juventude,e nos trazendo mais sabedoria.

Remando contra a correnteza,tentando aplacar a pressa das horas,dos dias,dos meses,dos anos.

O tempo nos leva,o passado as vezes atormenta ou traz saudade.O presente nos molda e nos consome,e o futuro é o que nos resta.O que se passou a 1 segundo já é passado,como um jornal velho ele fica amontoando em nossa mente as lembranças do que já se foi.

Agora nem sei mais o que é passado.Serão jornais velhos empilhados na memória?Experiências boas e ruins?

Tudo valeu a pena,mesmo com todas as pedras no caminho,mesmo quando tudo parece desmoronar.Nada como tempo para fazer enxergar o óbvio.As vezes querendo tornar nosso presente um pouco melhor nos iludimos,e muitas vezes pensando no futuro nos escravizamos.Na verdade sempre estamos presos nas paredes do tempo,entre,passado,presente e futuro,conjugando os verbos nos tempos errados,para amar,sentir,sonhar,enlouquecer,buscar,evoluir,viver e morrer.

Os ponteiros do relógio estarão sempre ditando as regras,nos mostrando o quanto somos escravos da nossa falta de razão.Um segundo é suficiente para se inciar uma história,um segundo é suficiente para um ponto final.

Telma Lemos